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05-04-2005

John Paul II, we love you


Univer(sal)idades

2 de Abril de 2005, sábado, 20.37h (hora de Lisboa). Momento histórico da viagem mais significativa de João Paulo II. Eleito Papa com 58 anos em 16 de Outubro de 1978, o primeiro não-italiano em 455 anos, Karol Josef Woityla escolheu o nome de João Paulo II. No momento surpreendente da sua eleição (um polaco?!), qualquer coisa de novo e envolvente estaria a ser desenhado.

Só será possível compreender a força destemida de João Paulo II lendo a sua vida pré-papal. O colosso da sua vida e obra assenta no sentido de humanidade, em que ele próprio sofreu na pele o ideal libertador do Homem que viria continuamente a proclamar. Tendo sido a Polónia palco nas maiores atrocidades da II Guerra Mundial, ficando depois sob domínio da ocupação soviética, e vivente ele próprio dessa dramática experiência de desumanidade, o seu primeiro grito destemido apontaria o caminho a seguir: “Não tenhais medo!”

Woityla sabia de onde vinha; sabia para onde queria ir e os passos para lá chegar. Questionável em algumas portas fechadas, dentro da própria Igreja, onde se tornou difícil o viver de um pluralismo teológico e disciplinar, sendo por isso conservador em certas matérias acessórias, abriu imparavelmente as portas para o mundo (podendo também aqui no olhar de analistas ser apontado de restauracionista da cristandade. Ninguém agrada a todos!).

Foi um Papa do seu tempo: um libertador da opressão da sua própria experiência da Europa de Leste (derrubando o Muro de Berlim em 1989), todavia sendo-lhe difícil o gerir a questão da “teologia da libertação” na América Latina; soube navegar das fronteiras criando as pazes da Igreja com os Direitos Humanos e com um sentido universalista, destacando-se a Doutrina Social da Igreja (na linhas dos antecessores) como baluarte do seu serviço à Humanidade, acabando por ser “o Papa dos Direitos Humanos”; na raiz de toda a sua força e esperança - a existência cristã - não abdicou de frontalmente, condenar tanto o comunismo como o capitalismo selvagem; sendo figura mediática que soube lidar com uma imagem viajada em mais de trinta voltas ao mundo, tinha sempre o gesto de ternura pessoal que fascinava qualquer pessoa de boa vontade, defendendo a “pessoa” na sua dignidade, desde a concepção até à morte natural.

Mas o Papa não precisa de qualquer elogio. No silêncio da sua eternidade (onde sabemos ler acima da sua cansada biologia molecular que terminou o seu percurso) ele como que diz: “Não choreis por mim! Chorai por vós!”

Servo de Deus, assumindo-se com a humildade de quem sabe ter dúvidas (contam que na Cúria alguns ficavam perturbados pelo Papa ter dúvidas), João Paulo II aproximou mais ainda nestes dias a humanidade de Deus, porque ele soube ser autenticamente Homem no próprio sofrimento. Na sua vida, tão “gigante” em tantas batalhas lutadas, viagens andadas, atentados sofridos, mas ao mesmo tempo no meio de tudo isto tão “simples e humana” que possibilitou a aproximação, o encontro, “Assis” com todas as religiões da Humanidade, o apreciar da beleza do sentido mais profundo de todas as culturas deste mundo que falam do Absoluto de Deus!

A vida do Santo Padre engrandece-se não (só) por ele mesmo, mas pelos seus milhões de interlocutores que viram nos seus olhos a humildade e a paz; na partida do Papa merecem exaltação apreciável todos aqueles que acreditaram na sua sinceridade, que mesmo com receio dos neo-triunfalismos que na história da Igreja trouxeram dias menos humildes, todavia apostaram, deram as mãos e sentiram mais de perto os Céus felizes para que o mundo seja lugar mais habitável, onde seja possível viver um “projecto para uma ética mundial”.

“Porque viajas tanto?”

Sabemos que ninguém agrada a todos; das viagens dele muitas leituras são possíveis, tal a riqueza multifacetada do Papa de Cracóvia. As suas viagens vêem-se pelos frutos, e esses estão à vista reconhecida do Mundo. Mundo está muito diferente de há 26 anos; estaria necessariamente. Claramente, na leitura da história que se aprofundará, este foi o Papa certo na altura certa. Por isso não só algo de humano está por trás dele e da sua eleição. No olhar de fé inteligente que procura “significado”, esta vida de Woityla foi um grande Dom de Deus para a Humanidade, para todas as Igrejas Cristãs, para as Religiões, luz e Janela aberta de compreensão para das grandes questões da Humanidade neste início de século XXI.

“Jonh Paul II, we love you!”era o grito de milhões de jovens nas Jornadas Mundiais da Juventude (tanto em França, Paris 1997, e em Itália, Roma 2000). Eu que lá estava, surpreendeu-me tamanha aclamação da multidão entusiasta, e interrogava-me: “Que sentido de coerência tem este grito se no dia-a-dia a “palavra” do Papa é esquecida?!...” Certamente que essa aclamação, para além da natural emoção, queria ser um reflexo de que, apesar de tudo? diante da evidente asfixia de “Sentido” das sociedades a Palavra do Papa não sendo conformista ou comodista, interpela, estimula, motiva, desafia à elevação?e esse é o grande atractivo do legado de João Paulo II, o poder de atracção interpelante inspirado em Cristo.

João Paulo II, o Papa da Liberdade Global! Todavia quem lê só no horizonte político-diplimático não percebe o que está por trás. João Paullo II foi, simplesmente, um Homem de Fé (em Deus-Pessoa), e daí tirou todas as consequências?foi o que se viu! ?e que irá continuar (renovando) no próximo Pontificado, até porque há tanto for fazer por este mundo!

Alexandre Cruz*
*Centro Universitário de Fé e Cultura


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